Escolas Sindicais na Amazônia
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Nossas escolas na Amazônia

Escola de Formação Sindical Amazônia

Após a fundação da CUT-Pará, em agosto de 1984, desencadeou-se um processo de organização da central e fortalecimento de seus sindicatos, através da execução de uma estratégia formativa, coordenada pela Secretaria Estadual de Formação.
Em 1988, quando a CUT-Pará já contava com 62 sindicatos filiados, sendo 12 urbanos e 50 de trabalhadores rurais, iniciou-se um processo de discussão sobre a formação que pudesse combinar as necessidades de atendimento das demandas políticas conjunturais com as demandas estratégicas de construção do projeto sindical da CUT.
     Precedendo a criação da Escola Sindical Norte, foram realizados seminários, dos quais participaram, além dos sindicatos filiados ou simpatizantes, entidades como a Federação de Órgãos de Assistência Social e Educacional (FASE Regional), a Universidade Popular (UNIPOP) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT-Norte II).
     Desde o começo das atividades, um dos objetivos da Escola era desenvolver a formação dos militantes cutistas da região, com métodos e conteúdos adequados à realidade local. Apesar da qualidade da formação oferecida, havia falta de recursos e poucos formadores. Ainda assim, a Secretaria Nacional de Formação da CUT definiu que a Escola Sindical Norte I abrangeria Pará, Amapá, Amazonas e Roraima sendo posteriormente agregado o Tocantins).
     Chegado o ano de 1997, a Escola entrou em uma nova fase de atuação na formação dos dirigentes. Depois de muito debate nas instâncias da CUT, iniciou-se uma nova estratégia metodológica na formação cutista: a formação profissional, que veio dar um novo rosto, tanto na forma quanto no conteúdo da educação sindical.
     Com esse novo jeito de fazer a educação dos trabalhadores, a CUT ampliou a sua ação, preservando a sua metodologia e prática pedagógica e colocando-a em disputa com os modelos tradicionais de educação profissional.
Um destes projetos, que permitiu também a consolidação da ação da Escola em outros estados foi o programa Formação Integral, coordenado pela SNF/CUT. Mesmo com as dificuldades enfrentadas, a Escola Sindical Amazônia conseguiu superar as metas propostas.
     Com o aumento do raio de ação da Escola, principalmente a partir de 1998, não tinha mais sentido permanecer a denominação "Norte I", porque a Escola não abrangia toda a região Norte e também pela não existência de uma "Escola Norte II", que mudou seu nome para Chico Mendes. Dentro das reformulações, foi dado prosseguimento ao debate sobre a identidade e objetivos da Escola, bem como a ampliação de sua direção, agora composta por membros de outros estados.
     Incorporando o conjunto de discussões sobre o processo de construção da identidade da região, foi reforçado o caráter amazônico da Escola. Deste modo, resolveu-se adotar o nome Escola de Formação Sindical Amazônia.
     Em 1999, foi escolhida uma nova direção, onde a tônica foi a pluralidade estadual e política. Instalada em sede própria, no mesmo prédio em que funciona a CUT-Pará, a Escola Amazônia tem como desafio fortalecer as Secretarias Estaduais de Formação nos estados, além de coordenarem do ponto de vista pedagógico, os projetos desenvolvidos pelas entidades cutistas na região, sejam eles nacionais, regionais, estaduais ou de entidades isoladas.

Escola de Formação Sindical Chico Mendes

     Em 1994, iniciou-se uma discussão entre a Secretaria Nacional de Formação da CUT Nacional (SNF), a CUT-RO e a CUT-AC, sobre a necessidade de se criar uma escola de formação sindical que atendesse aos anseios dos trabalhadores(as), respeitando as especificidades da região. Estas especificidades foram equacionadas considerando as carências na área de formação, bem como os problemas geográficos.
     A partir desses debates, em 1995, avaliou-se que havia chegado o momento de ampliar a rede orgânica de formação da CUT, fundando a Escola de Formação Norte II, posteriormente denominada Escola Chico Mendes, em homenagem ao grande líder dos povos da floresta amazônica, respeitado no mundo inteiro e assassinado em 1988.
     A história de Chico Mendes faz parte da história da luta dos povos da floresta amazônica. Ele foi seringueiro desde criança, dedicando sua vida em defesa dos oprimidos e principalmente daqueles que tiram seu sustento da floresta. Foi o primeiro presidente da CUT-AC, fundador de vários sindicatos rurais, do Partido dos Trabalhadores, do Conselho Nacional dos Seringueiros e, desde a década de 70, através de muitos embates e muito sangue derramado, conseguiu criar a reserva extrativista Chico Mendes, situada no seringal Cachoeira. Além de todas essas qualidades, um de seus sonhos era criar uma escola de formação, onde os trabalhadores pudessem ter a formação política e elevar o nível de escolaridade.
     Ainda em 1995, foi realizado o I Encontro de Formação, no qual aconteceram os primeiros debates sobre a concepção da Escola, suas prioridades e o programa de atividades para aquele ano, dirigidas a sindicalistas de base. Paralelo a isso, foi iniciado um trabalho de sensibilização junto aos sindicatos da região, onde a pauta do debate era a autosustentação da formação sindical cutista.
     Em novembro do mesmo ano, a escola foi registrada em cartório e eleita uma coordenação com a seguinte composição: Francisca Elenir Alves, Deusedir Rodrigues e Evinaldo Barbosa de Paulo.
Em 1996, foi criado o coletivo regional, formado por sindicalistas de Rondônia e Acre. Nesse mesmo ano, foi necessária a contratação de um formador, que passou a trabalhar em conjunto com a coordenação da Escola.
     Após a eleição da nova coordenação, a escola mudou não só de endereço, mas também renovou toda a sua estrutura,, adquirindo sede própria, um sonho antigo, realizado com o apoio das entidades filiadas.
     A Escola Chico Mendes tem se empenhado muito na execução de suas atividades, priorizando a qualidade dos processos formativos e, aos poucos, está se tornando um verdadeiro centro de pesquisa e de elaboração, subsidiando e propiciando o debate para novas estratégias de ação no movimento sindical na região. Também tem se empenhado em discutir a realidade amazônica e se aproximar de entidades populares e de ONGs, com objetivos comuns, além da academia, em particular a UNIR e a UFAC.
     Vale ressaltar, a importância dos projetos executados pela Escola: Formação Integral, Integração e, principalmente, o Programa Vento Norte, pioneiro em qualificação profissional na Amazônia, construído coletivamente pelas lideranças da nossa região.