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Programa Vento Norte - origens e gestão
       A idéia inicial do Programa Vento Norte nasceu no mês de outubro de 1998 (significativamente às vésperas do Círio de Nazaré, maior demonstração de fé, mobilização popular e festa da Amazônia), através da discussão de lideranças sindicais de estados amazônicos e das duas escolas sindicais da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na região (Escola Sindical Amazônia e Escola Sindical Chico Mendes). Esta reunião ocorreu durante uma atividade promovida pela Secretaria Nacional de Formação da CUT, voltada para a discussão das estratégias da central no campo da qualificação profissional.
     Em todos os presente àquela reunião, o desejo de realizar um sonho antigo: um projeto de formação construído coletivamente pelas lideranças, tendo como base às necessidades dos trabalhadores(as)
e o respeito às especificidades da nossa região, ou seja, um projeto com a cara da Amazônia.
     Após a aceitação, pela CUT, de um programa amazônico de qualificação profissional, o projeto teve que ser revisto e redimensionado aos parâmetros do Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT), para financiamento por este fundo. Entretanto, não foi perdida a essência, mesmo com a redução do valor proposto financiado, sendo atividades estratégicas realizadas com recursos próprios.
     Dentre as diversas dificuldades para a realização de um programa de educação profissional com alta qualidade se destacaram os aspectos regionais amazônicos. Um exemplo é a geografia da região, que impede o acesso a muitos municípios por via rodoviária, somente se chegando de avião ou de barco.
     Hoje, embora continue sendo um grande desafio para as escolas sindicais da CUT gerir um programa pioneiro na área de qualificação profissional, na perspectiva do desenvolvimento sustentável e solidário na Amazônia, o Programa Vento Norte é uma realidade e a sua implementação causa repercussões para além do movimento sindical, atingindo a sociedade amazônica.
     Visando democratizar a gestão do Programa Vento Norte, foi criada a coordenação política do Programa, que teve um papel fundamental na tomada de decisões e proporcionou o resgate da identidade e da autonomia do movimento sindical amazônico frente às questões específicas da região, no âmbito das ações educativas.
     A coordenação política do Programa Vento Norte é da central, através das CUTs Estaduais do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, enquanto que a coordenação técnico-pedagógica está sob a responsabilidade da Escola Sindical Amazônia e da Escola Sindical Chico Mendes. Entretanto, como não tem como objetiva o monopólio das construções metodológicas na região, o Programa Vento Norte procura se vincular a outras experiências do campo popular e acadêmico, na perspectiva de estabelecer parcerias duradouras.
     A execução do programa em 1999, que possibilitou um enorme aprendizado e resultados expressivos, levou ao compromisso de assumir o desafio de integrar educação profissional, educação básica (elevação de escolaridade em nível do ensino fundamental - antigo 1o grau) na versão de 2000.
     O Programa Vento Norte não é apenas um programa de qualificação profissional "adaptado" à região, mas se propõe a ser uma alternativa metodológica para ações de educação popular no contexto amazônico, caracterizada pela valorização do saber do trabalhador no processo de construção do conhecimento, na perspectiva da melhoria da qualidade de vida dos excluídos da floresta e das cidades amazônicas.