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O Programa Vento Norte
e a questão regional amazônica

    O Programa Vento Norte está baseado em um processo político e organizativo que tem, como centro, a busca da articulação dos povos amazônidas no sentido de ampliar sua atuação sócio-política e, neste contexto, destaca-se a questão regional, ou seja a construção de uma compreensão mais ampla do significado da Amazônia para o Brasil e para o mundo.
     Neste sentido, deve-se buscar o rompimento com a tradição de conceber a Amazônia através de duas faces:

  • a Amazônia é santuário a ser preservado, esquecendo-se da existência de seu povo, sua cultura, seus valores;
  • a Amazônia é um almoxarifado de matéria prima, inesgotável, que pode e deve ser explorada continuamente.

     Para as entidades sindicais da região, nenhuma das duas afirmativas são interessantes para os trabalhadores(as), que consideram ser fundamental a construção de uma proposta alternativa que esteja baseada no desenvolvimento sustentável e solidário.
     Um projeto dessa natureza coloca em debate questões relacionadas à cultura, à floresta, aos valores e aos sentimentos dos grupos sociais, porque fazem parte de uma compreensão das riquezas naturais, que têm um significado mítico e místico, tanto para a população regional quanto para a humanidade.
     Para tanto, é preciso entender o processo histórico da constituição da Amazônia como região. Não se pode esquecer que, desde os primórdios da colonização européia, os períodos de expansão e de recessão se alternam em função das necessidades da economia mercantil, apresentando a mesma característica: o extrativismo predatório.
     Assim, passou-se das "drogas do sertão" (séculos XVI-XVIII), para a borracha (século XIX - XX-primeiras décadas) e dela para a madeira (em larga escala) e minérios (ferro, ouro, bauxita, cassiterita, etc.) no período contemporâneo.
     Do ponto de vista social, a Amazônia sempre esteve desvinculada do projeto nacional, pois quando sofreu qualquer intervenção foi no sentido de temos extraídas nossas riquezas e imposta a adoção de uma política regional que garantisse a exploração do potencial de recursos naturais, tornando-se locus privilegiado para a expansão do processo capitalista.
     Podemos apresentar, como exemplo, os crônicos problemas sociais causados pela implantação dos grandes projetos (Carajás, Tucuruí, Jari, etc.). Estes trouxeram a dominação, a devastação e a exclusão social como resultados produzidos pelo modelo de desenvolvimento para a Amazônia gerido pelo poder central, que mantém e transfere riquezas regionais para o capital monopolista, nacional e internacional.
     O Programa Vento Norte, como pequena parte desta gigantesca tarefa, contribui para articular o processo político e formativo a partir de uma estratégia geral da CUT. Considerando a formação como elemento estratégico, está construindo um currículo que coloca em evidência a cultura amazônica, seus povos, suas danças, suas músicas, suas ricas lendas, seus sentimentos, suas florestas, seus diferentes jeitos de viver e conviver com esta imensa parte da natureza. Sobretudo, ajuda estes povos a elaborar o seu projeto de desenvolvimento para a Amazônia: sustentável e solidário.

Objetivos EstratégicosGerais

  • Contribuir para o desenvolvimento sustentável e solidário da região amazônica a partir da valorização do trabalho, da cultura e da vida;
    Contribuir para a discussão das questões regionais no interior do debate nacional sobre alternativas de desenvolvimento e qualificação Profissional;
  • Contribuir para o fortalecimento da Rede de Educação Profissional na região amazônica, articulada com a educação básica pública, para além dos recursos do FAT;
  • Articular e coordenar o desenvolvimento metodológico e a execução de projetos educacionais ligados ao desenvolvimento sustentável e solidário na região amazônica;
  • Fortalecer as políticas públicas na região, em particular o sistema público de emprego;

Específicos

  • Realizar diagnóstico das demandas específicas de qualificação e sua relação com experiências de desenvolvimento sustentável e solidário nas principais áreas de ocupação dos trabalhadores amazônicos;
  • Sistematizar e articular experiências e projetos, no campo sindical e fora dele, envolvendo educação, qualificação profissional e desenvolvimento sustentável e solidário na região amazônica, relacionando-as:

a) com experiências de geração de emprego e renda;
b) com a elevação da escolaridade, sobretudo através da educação pública.

  • Realizar convênios de cooperação com universidades e demais entidades educacionais, além das ONGs e outras entidades da sociedade civil, voltados para o debate, desenvolvimento e implantação de metodologias e projetos envolvendo educação, qualificação profissional e desenvolvimento sustentável e solidário na região amazônica;
  • Desenvolver metodologias voltadas para a qualificação profissional de trabalhadores:

a) nos produtos da floresta amazônica;
b) em práticas culturais amazônicas;
c) em atividades que elevem a qualidade de vida na região amazônica;
d) em práticas ocupacionais urbanas (alternativas ao trabalho urbano formal ou requalificação para a reinserção no mercado de trabalho);

  • Desenvolver metodologias de elevação da escolaridade de jovens e adultos, vinculadas a processos produtivos e qualificação profissional, em convênio com a escola pública;
  • Capacitar quadros sindicais (dirigentes e assessoria permanente) entidades populares e ONGs para a formulação de iniciativas e para a representação institucional que envolvam educação, qualificação profissional e desenvolvimento sustentável e solidário;
  • Executar cursos e outras atividades formativas nas linhas e modalidades descritas acima, voltados para dirigentes sindicais, trabalhadores(as) desempregados(as em risco de desemprego ou sem ocupação/em risco de desocupação;
  • Acompanhar processos de elevação de escolaridade de trabalhadores(as) desempregados(as)/em risco de desemprego ou sem ocupação/em risco de desocupação, dirigentes sindicais e educadores.

Público

  • Trabalhadores e trabalhadoras desempregados ou em risco de desemprego;
  • Trabalhadores e trabalhadoras autônomos;
  • Trabalhadores e trabalhadoras autogestionados, cooperados ou em outras formas de trabalho solidário.

Quanto ao setor econômico:

  • Trabalhadores e trabalhadoras rurais
  • Trabalhadores e trabalhadoras informais
  • Trabalhadores e trabalhadoras do setor formal (empreiteiras)